Foto: Fábio Dias/EPR
Em janeiro de 2019, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) era responsável pela custódia de quase 12 mil presos, o que a tornava a instituição com o maior número de detidos no Brasil. Essa situação era considerada um grave distúrbio na estrutura da segurança pública e se tornou uma demanda premente da sociedade paranaense. A gestão que começou naquele mês adotou medidas para aliviar essa sobrecarga, promovendo a retirada gradual dos presos das delegacias, e até 2024 conseguiu equacionar completamente essa questão, entregando novas unidades prisionais e permitindo que os policiais civis se dedicassem integralmente às suas funções constitucionais.
Quais foram os resultados práticos dessas ações implementadas pela PCPR?
Uma das principais vitórias da PCPR foi a significativa melhoria na taxa de resolução de homicídios. Em 2019, o Paraná saiu da última posição no ranking nacional e alcançou o primeiro lugar em 2020, conforme indicado por pesquisa do Instituto Sou da Paz. Além disso, as operações contra o crime organizado registraram um aumento impressionante de 144% naquele mesmo ano, passando de 94 operações em 2018 para 230 em 2019. Comparando com 2023, o número de operações atingiu 530, representando um crescimento ainda mais expressivo, de 463%.
Como a desinstitucionalização dos presos impactou o trabalho dos policiais civis?
Com o fim da custódia de presos nas delegacias, os policiais civis puderam concentrar seus esforços exclusivamente em atividades de polícia judiciária, como investigações e ações de repressão à criminalidade organizada. Isso levou a um aumento nos índices de resolução de crimes complexos, ampliados por iniciativas complementares, incluindo a contratação de novos policiais, reformulação da carreira e a construção e reforma de novas delegacias. O resultado é um ambiente de trabalho mais moderno e adaptado, refletindo em um serviço de excelência prestado à população paranaense, segundo o delegado-geral da PCPR, Silvio Jacob Rockembach.
Quais foram os índices de resolução de homicídios nas diferentes etapas do processo?
Em 2018, o Paraná apresentava uma taxa de resolução de homicídios de apenas 12%, posicionando-se como o estado com o pior desempenho no Brasil, segundo o relatório “Onde Mora a Impunidade”. No ano seguinte, com a intensificação das ações do governo estadual, essa taxa saltou para 49%, superando a média nacional de 35% e colocando o estado na sétima posição. Em 2020, a taxa de homicídios elucidados subiu para 78%, mantendo-se perto de 76% em 2021. Em 2023, a PCPR alcançou um índice notável de 84%, o que supera significativamente a taxa de esclarecimento de homicídios em países como os Estados Unidos, que é de 54%.
Como a melhora da atuação da PCPR reflete nos índices de criminalidade do estado?
O aprimoramento da atuação da policia civil gerou um impacto positivo nos índices de criminalidade, com a redução de homicídios e roubos observada em 2024. As ações de repressão qualificada, que têm se concentrado no combate ao crime organizado, foram fortalecidas pela melhor alocação de recursos humanos e aprimoramento da infraestrutura tecnológica para as investigações. A PCPR conseguiu aumentar seu número de operações qualificadas de 90-100 por ano para impressionantes 530 ações em 2023, com um total já ultrapassado em 2024 ao registrar 546 operações até outubro deste ano, marcando um crescimento de 480% em ações de repressão qualificada.
Esses dados refletem não apenas a eficiência administrativa da PCPR, mas também uma transformação significativa na segurança pública do estado do Paraná, elevando-o a um patamar de referência nacional em investigação criminal.