O alistamento militar feminino voluntário, uma iniciativa inédita no Brasil, já alcançou a marca de 7 mil mulheres inscritas em apenas dois dias, segundo o Ministério da Defesa. A campanha, que começou no dia 1º de janeiro e segue até 30 de junho de 2025, destina-se às jovens que completam 18 anos em 2025, nascidas em 2007.
Vagas e Distribuição por Força Armada
Estão sendo oferecidas 1.465 vagas distribuídas entre as três forças armadas:
- Exército Brasileiro: 1.100 vagas
- Aeronáutica: 300 vagas
- Marinha do Brasil: 155 vagas
As oportunidades estão disponíveis em 29 municípios de 13 estados, além do Distrito Federal, onde estão localizadas organizações militares aptas a receber as recrutas.
Como Funciona o Alistamento
O alistamento pode ser realizado de forma online, pelo site oficial (alistamento.eb.mil.br), ou presencialmente em uma das juntas de serviço militar dos municípios listados, como Curitiba (PR), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS) e Salvador (BA).
As candidatas devem atender a requisitos como:
- Residir no município onde se encontra a organização militar escolhida.
- Ter aptidão física e disponibilidade para cumprir o treinamento.
Processo Seletivo
O processo seletivo será dividido em várias etapas, incluindo:
- Entrevista: Avaliação inicial das candidatas.
- Inspeção de Saúde: Exames clínicos e laboratoriais.
- Testes Físicos: Aptidão física para atividades militares.
- Seleção Geral e Complementar: Análise detalhada para incorporação.
As aprovadas serão incorporadas nos períodos de 2 a 6 de março ou 3 a 7 de agosto de 2026, com cargos iniciais como soldado (Exército e Aeronáutica) ou marinheiro-recruta (Marinha).
Igualdade de Direitos e Deveres
As mulheres incorporadas terão os mesmos direitos e deveres que os homens, conforme previsto na legislação militar brasileira. O serviço inicial terá duração de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos. Após o término, as militares farão parte da reserva não remunerada das Forças Armadas.
Cenário Atual e Expansão
Atualmente, as Forças Armadas contam com cerca de 37 mil mulheres, representando 10% do efetivo militar brasileiro. Elas atuam principalmente nas áreas de saúde, logística, e ensino, com acesso ao setor combatente por meio de concursos específicos, como os realizados pelo Colégio Naval (Marinha), EsPCEx (Exército), e EPCAR (Aeronáutica).
O Ministério da Defesa planeja aumentar progressivamente a participação feminina, com a meta de alcançar 20% das vagas totais em alistamentos futuros.
Importância Histórica
Este marco é resultado do Decreto 12.154, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em agosto de 2024, e simboliza um avanço significativo na inclusão de mulheres nas Forças Armadas, promovendo igualdade de oportunidades e reforçando a capacidade operativa do Brasil.