Foto: Gabriel Rosa/AEN
A nova biofábrica, que utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses como dengue, chikungunya e Zika, é considerada a maior do mundo. Sua instalação em Curitiba representa um avanço significativo nas estratégias de controle dessas doenças, visto que busca atender a demanda do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na produção de 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, priorizando regiões com alto risco de transmissão.
Quais foram os principais envolvidos na inauguração e no desenvolvimento do projeto?
O evento de lançamento da biofábrica anunciou as atualizações do projeto em um auditório do Tecpar, em Curitiba, e contou com a participação de diversas entidades, incluindo o Governo do Estado do Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e representantes das cidades beneficiadas. Este evento também marcou os dez anos da implementação do Método Wolbachia no Brasil, reforçando a importância da colaboração entre diferentes órgãos.
Como a nova fábrica impactará o controle das arboviroses no Brasil ao longo dos próximos anos?
A nova unidade de produção em Curitiba tem a expectativa de beneficiar cerca de 140 milhões de brasileiros em até 10 anos de operação. O método já demonstrou resultados positivos em municípios como Niterói, onde a redução de casos de dengue foi de aproximadamente 60%. A disseminação dos mosquitos tratados com a Wolbachia contribuirá para a diminuição da propagação dos vírus transmissíveis, aumentando a eficiência no combate às arboviroses.
Quais resultados já foram alcançados com a soltura dos mosquitos com Wolbachia no Paraná?
Desde a inauguração das biofábricas para soltura em julho, foram liberados cerca de 13 milhões de mosquitos Wolbitos em Londrina e 7 milhões em Foz do Iguaçu. Além do Paraná, outras cidades brasileiras, como Joinville, Presidente Prudente, Uberlândia e Natal, também estão adotando essa estratégia, complementando os esforços para reduzir a incidência das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Qual é a fundamentação científica do método Wolbachia e quais os seus benefícios?
Desenvolvido na Austrália, o método Wolbachia utiliza uma bactéria que já está presente em cerca de 60% dos insetos do mundo. A introdução desta bactéria nos ovos de Aedes aegypti demonstrou um efeito benéfico, pois impede o desenvolvimento dos vírus que causam a dengue e outras doenças. Luciano Moreira, líder do projeto no Brasil, enfatiza que essa estratégia é segura para a população e que o envolvimento da sociedade é essencial para o êxito desta iniciativa.
Qual o futuro esperado para a aplicação deste método em outras localidades do Brasil?
O Ministério da Saúde já manifestou interesse em expandir a aplicação do método para outros municípios brasileiros, além dos já selecionados. A expectativa é que, com a ampliação dessa tecnologia, mais comunidades possam se beneficiar do controle das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, refletindo um esforço contínuo para mitigar a incidê