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O óleo de cozinha usado representa um perigo silencioso quando descartado de forma inadequada e é responsável por muitos prejuízos. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), por exemplo, investe anualmente R$ 2,35 milhões anuais para reparar redes de esgoto afetadas pelo acúmulo de óleo vegetal.
O descarte irregular desse material causa danos porque o óleo não se dissolve em água e começa a aderir às paredes das tubulações. Esta situação faz com que resíduos se aglutinem, resultando em entupimentos graves que causam alagamentos em comércios, restaurantes, residências e danificam estruturas da rede de coleta de esgoto.
Mas, se a rede estadual realiza o tratamento, como o óleo causa tamanho estrago?
“A maior preocupação é o impacto nas redes de esgoto antes que este óleo chegue às Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs). Antes de alcançar seu destino, ele vai se acumulando em diversos pontos, com entulhos, lixo e restos de folhas, formando uma massa sólida intransponível”, alerta Vitor Dalcin, diretor da Ambiental Santos.
Mesmo que o óleo chegue às estações de tratamento, o problema não é menor. Quando isso acontece, precisa ser removido da água antes de ser devolvida para reuso ou para rios e lagos. O custo desse processo impacta diretamente no orçamento público, encarecendo o serviço.
Quais são os problema ambiental causado pelo óleo sem tratamento?
Outro problema apontado pelo especialista se dá com a mortes de peixes e da vida marinha em geral, pois quando o óleo sem tratamento chega a rios, lagos e canais, causa problemas ambientais graves:
“O óleo cria uma camada superficial que compromete a troca de gases entre a água e a atmosfera, prejudicando a entrada de oxigênio e transformando qualquer ambiente aquático em um local inabitável. Uma estimativa da SABESP, que cuida do tratamento de água no estado de São Paulo, comprovou que um litro de óleo vegetal pode contaminar até 20 mil litros de água. Só isso já mostra a gravidade do problema.”
Outro problema que o óleo descartado de maneira incorreta contribui, e que a sociedade conhece muito bem são as enchentes. Estima-se que o entupimento das redes de esgoto sejam responsáveis por grande parte das enchentes nos centros urbanos:
“Os danos causados pelas chuvas, temporais, como os que vivemos tradicionalmente no mês de janeiro, poderiam ser mitigados com uma participação mais efetiva da população na reciclagem consciente do óleo de cozinha” finaliza Dalcin.