Apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores de óleo vegetal do mundo, estima-se que menos de 10% do óleo de cozinha usado seja reciclado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), baseados em 2019. Naquele ano, apenas 108 milhões dos 1,17 bilhão de litros passíveis de coleta tiveram um destino adequado. O restante foi descartado em esgotos, rios e lixões, poluindo o meio ambiente.
Dados atualizados revelam que a capacidade total de processamento de oleaginosas atingiu 72,3 milhões de toneladas, um aumento de 4,5% em relação aos 69,2 milhões de toneladas de 2023.

Segundo Vitor Dalcin, CEO da Ambiental Santos, única recicladora de óleo vegetal com estação de efluentes própria no Brasil, o problema, além de ecológico, é também econômico e de saúde pública:
“Já sabemos que apenas um litro de óleo descartado incorretamente pode contaminar cerca de 20 mil litros de água, mas o que a sociedade ignora são os custos que isso gera. Doenças aumentam os gastos com hospitais, e o combustível fica mais caro pela falta de matéria-prima vinda justamente da reciclagem.”
Reciclar óleo vegetal reduz em até 20% a energia gasta na produção de combustíveis ou materiais novos, além de diminuir as emissões de gases de efeito estufa, gerando um ciclo que beneficia o meio ambiente e as comunidades próximas por meio da economia circular.
“A própria população acaba prejudicada quando não recicla. Há o encarecimento dos produtos e gastos com manutenção, como no caso de entupimento de tubulações. É uma conta que não fecha”, finaliza Dalcin.